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Sob pressão da perfeição, meninas arriscam menos na criatividade

Sob a pressão da perfeição, meninas arriscam menos na criatividade, diz novo estudo realizado pelo Grupo Lego.
A desigualdade de género começa logo na infância, com as meninas a sentirem maior pressão para serem perfeitas, sem erros. Com medo de falhar, são mais propensas a não partilharem as suas ideias, avança o estudo global do grupo Lego, que analisou 61.500 pais e crianças em 36 países, incluindo Portugal. A solução para quebrar este círculo vicioso está nos pais e na mudança de discurso.

Este estudo revelou ainda que apesar das meninas apresentarem cada vez mais confiança no que diz respeito à sua participação em atividades criativas, o mundo permanece estruturado com estereótipos sociais antiquados. Estes desencorajam-nas a continuar este tipo de atividades, sobretudo conforme ficam mais adultas.

Esta ação pretende ser o primeiro passo da nova campanha do grupo LEGO, que visa celebrar as meninas que reconstruíram o Mundo através da criatividade. Os resultados revelaram que: No que toca a brincadeiras criativas (74% dos meninos vs 62% das meninas acreditam que algumas atividades são só para meninos e outras só para meninas), demonstrando ainda que geralmente estão mais interessadas em brincadeiras criativas do que os pais e a sociedade habitualmente encorajam;

82% das meninas acreditam que não é errado uma menina jogar futebol ou um menino praticar ballet, comparando com apenas 71% dos meninos. No entanto, e apesar dos resultados mais positivos, a LEGO considera que os “progressos feitos em

eliminar preconceitos desde cedo, as atitudes em torno da brincadeira e, mais tarde, em relação às carreiras criativas, continuam a ser restritivas e desiguais”. O estudo comprava isto, com mais alguns dados: A probabilidade de pensarem num homem para profissões como cientista ou atleta é quase seis vezes maior do que pensarem numa mulher (85% vs 15%) e quase oito vezes superior no que toca à área da engenharia (89% vs 11%). As crianças entrevistadas, partilham estas impressões, com a particularidade de as meninas considerarem uma amplitude muito maior de profissões do que os meninos.

Os pais deste estudo mostram-se cinco vezes mais disponíveis a encorajar uma menina a dançar do que um menino (81% vs 19%), a vestir- se bem (83% vs 17%) e quatro vezes mais em atividades como cozinhar ou fazer bolos (80% vs 20%).

Ao contrário, os meninos são encorajados a participar em atividades que envolvam videojogos (80% vs 20%) e desportos (76% vs 24%) e mais do dobro no que toca a brinquedos tecnológicos (71% vs 29%).

A LEGO aponta ainda que: “Para a maioria das profissões criativas, os pais entrevistados imaginaram um homem,

independentemente de terem um filho, uma filha ou ambos. Nesse sentido, o grupo LEGO preparou um desafio para os pais, que incentiva a promoção de brincadeiras mais inclusivas, para o qual criou um divertido guia com 10 passos.

Através dele, os pais poderão partilhar fotos das criações LEGO das suas crianças, com um fundo de Realidade Aumentada com as palavras “Get theWorld Ready for Me” (Preparem o Mundo para mim).

Conheça aqui os 10 passos:

  1. Encorajar uma atividade nova (interpretação, artes ou atividade física);
  2. Introduzir atividades que invertam a perceção de género (cozinhar, pintar, jardinagem, etc);
  3. Encorajar as crianças a interpretar personagens de um género diferente ao delas (por exemplo: na leitura de um livro);
  4. Apresentar pessoas de diferentes géneros e etnias com potencial de se transformarem em modelos a seguir;
  5. Elogiar, em vez de julgar, a criança quando esta demonstrar interesse em atividades “menos normais”. Evitar redirecionar a criança para atividades mais socialmente “aceitáveis”;
  6. Encorajar atividades com grupos compostos pelos dois géneros;
  7. Conversar com as crianças sobre os estereótipos de géneros, promovendo a reflexão sobre os mesmos e desafiando-os a ir contra essas normas pré-estabelecidas;
  8. Diversificar os conteúdos multimédia que são consumidos (livros, séries, filmes), para que existam coisas que tenham impacto na percepção que eles têm do mundo e dos que o rodeiam;
  9. Praticar atividades diversificadas, os pais são os primeiros a dar o exemplo;
  10. Praticar todas estas sugestões para que possa sair da zona de conforto, tentar coisas novas com as crianças é uma boa forma de se conectarem.

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