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E agora? Que área devo escolher no 10º ano?

Terminado o 9º ano, é tempo de escolher a área a seguir no secundário. Para alguns jovens, esta é uma decisão fácil, mas outros ficam ainda muito indecisos.

Decidir pode ser difícil, mas é preciso desdramatizar: Há jovens que aos 15 anos já dizem saber a profissão que desejam exercer ou o curso superior que ambicionam frequentar.

Mas também há muitos jovens, que ainda não têm uma ideia clara do que gostam mais de estudar e, por isso, sentem-se desorientados quando, no final do 9º ano, têm de decidir por um caminho no ensino secundário.

É perfeitamente normal que assim seja: ninguém espera que, aos 15 anos, tenha um plano de vida definido.
Até porque, à medida que vai somando experiências, é muito provável que haja novos interesses por diferentes áreas.

O importante é tentar descobrir progressivamente o que o adolescente mais gosta e o que mais lhe interessa.
Fixe esta ideia: não deve dramatizar a decisão.

Não existe “uma escolha certa” e cada um de nós faz o seu caminho, ao seu ritmo, sabendo que todos os passos em frente servem de aprendizagem.

Além disso, agora há que escolher apenas entre 4 áreas de estudo, que são mais um ponto de partida do que uma meta de chegada.

Não é a escolha de uma área dos cursos científico-humanísticos que impedirá de seguir percursos de estudo ou caminhos profissionais noutras áreas — haverá sempre oportunidades para mudança de área.

Aliás, será até normal as gerações mais novas enfrentarem estas mudanças, graças às alterações frequentes e cada vez mais rápidas da tecnologia e na forma como se trabalha.

Se é verdade que deve desdramatizar, também é verdade que deve decidir com o seu educando a área que vai seguir no ensino secundário de forma consciente e informada.

Por isso, deve resistir à tentação de optar por caminhos aparentemente mais fáceis.

Por exemplo:

-Evitar escolher determinada disciplina de que não gosta ou na qual teve pior nota;

-Evitar deixar os outros decidirem por ele só para o aliviar da pressão e da responsabilidade de avaliar o que é melhor;

-Evitar resolver a indecisão com uma escolha ao acaso.

Reflita sobre os seus gostos, preferências, interesses, valores, prioridades e aspirações.

Não hesite em consultar os psicólogos escolares, que poderão orientar nesta reflexão ou, mesmo, fazer testes de orientação psicotécnica, que são avaliações especializadas que indicam as tendências sobre competências e preferências.

É importante conhecer o mundo que o rodeia, a falta de conhecimento sobre as opções que tem ao seu dispor e as suas consequências, em termos de caminhos educativos e profissionais, podem criar insegurança e desconforto durante o processo de decisão.

A informação é a chave para qualquer tomada de decisão, por isso, não deixe de se informar, recorrendo sempre a fontes fidedignas.

O que escolherem agora e no ensino superior não vai condicionar definitivamente o futuro.
O mundo está muito mais sujeito a mudanças do que há 20 ou 30 anos.

Uma das consequências é que, ao longo da vida adulta, terá provavelmente vários empregos e muito maior probabilidade de diversificar as atividades profissionais. Isso implica alguma incerteza quanto ao que virá no futuro.

Além disso, retira pressão sobre algumas das escolhas atuais: o curso científico-humanístico que escolher no ensino secundário não vai condicionar para sempre a vida adulta, e o mesmo pode ser dito quanto ao curso no ensino superior.

Nesta fase tem ainda um mundo por explorar e muito tempo para descobrir novas áreas de interesse.

Por outro lado, há atividades dentro ou fora da escola. Essas atividades desenvolverão competências transversais, ou seja, competências que se aplicam a várias áreas profissionais, que enriquecem como pessoa e que são cada vez mais procuradas no mercado de trabalho.

Por exemplo: adaptabilidade, comunicação, organização, tomada de decisão, responsabilidade, trabalho em equipa com pessoas, gestão de stress, etc.

Não sabem por onde começar? Há dezenas de possibilidades. Existem clubes de jornalismo escolar, programas de voluntariado, atividades desportivas, iniciativas de sensibilização para causas sociais e ambientais ou eventos temáticos nos quais eles podem participar.

Em vez de ficarem três anos à espera que o ensino secundário acabe, tirem proveito desse tempo para alargar o leque de experiências e conhecer melhor o mundo que o rodeia.

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