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Adolescência

Como lidar com o comportamento de um Adolescente

Deixa-me em paz! És mau! Sai daqui!

Qual o pai ou mãe de adolescente que nunca sofreu a raiva do seu filho, transformado num verdadeiro tirano: o adolescente faz a sua crise, a sua crise adolescente.

A adolescência é frequentemente um momento delicado para a família, porque na realidade o seu filho está a passar por uma mudança real no corpo e cérebro.
É bastante complexo para ele ver o seu aspeto e voz a alterar-se.

Este é um período mais ou menos longo e mais ou menos agitado, no qual todos procurarão e encontrarão novas formas de viver juntos.

Dicas para criar um clima de cumplicidade: Pais/Adolescentes e manter o estatuto de pai/mãe

Os pais não devem procurar um relacionamento simétrico com os filhos, muitas vezes é necessário dar um passo atrás, ouvir as mensagens subjacentes e aceitar a sua contradição quase como que um “ Dá-me mais espaço, mas nunca me deixes sozinho”.

Nesta fase é completamente normal que o seu filho o veja como um obstáculo e por isso mesmo é necessário deixar o seu filho vir até si. Esta posição de espera acaba por ser desagradável, todos sabemos, mas faz parte do papel dos pais nesta fase tão delicada.

Manter a calma, mesmo que esteja emocionalmente desconcertado com esta crise da adolescência. Apesar da fase de rebeldia não se esqueça que os seus filhos vêem-no sempre como a sua base, por isso, é tão importante que seja sólido, consistente e justo nas suas decisões. Não se preocupe porque a adolescência acaba sempre por passar.

Traçar as linhas dos limites

Os Adolescentes precisam que os seus pais reajam para que possam partilhar os seus momentos difíceis, mas também para os poder ajudar.

Ao provocá-los, eles verificam se ainda se mantêm fieis ao que já lhes disseram anteriormente. Mas tem o seu filho direito a fazer o que lhe apetece, ou bater a porta do quarto?

Cabe a si definir as palavras ou ações que considera inaceitáveis. Imponha-se quando vale a pena e o seu filho saberá onde está a linha vermelha.

Escolha o castigo adequado para as infrações

Um adolescente precisa de uma estrutura e limites. Mesmo que sejam mais responsáveis do que os miúdos mais novos, têm de estar devidamente conscientes disso. Estes limites são essenciais porque são as referências para o seu filho adolescente. Obviamente, não é porque há proibições que o seu filho adolescente não as tentará transgredir e nesse caso é preciso castigá-lo.

Mas atenção, pense numa punição adequada. As sanções nunca devem ser humilhantes e deve evitar privações. Escolha um castigo prático como algo que deverá fazer para recuperar a sua confiança ( por exemplo preparar uma refeição para a família, fazer uma tarefa doméstica, algo que o faça sentir responsabilizado) para que o seu filho se sinta orgulhoso pelo castigo “ bem sucedido”.

Respeite a sua privacidade

Os adolescentes tentam fugir dos pais e de tudo relacionado com eles. É comum vê-los calados no quarto assim que chegam a casa ou a passar os fim de semana fora de casa.

Para um adolescente, os amigos são sinónimo de liberdade pois são os únicos que os entendem. Eles passarão o máximo de tempo possível com eles porque lembram-no que é livre desde que não esteja em casa.

Além disso, deixar que exista esta distância pode melhorar o vosso relacionamento, porque está a respeitar a sua privacidade e isso não lhe vai ser indiferente. O adolescente começa a construir-se como adulto, por isso ele rejeita qualquer forma de autoridade que prejudique a sua liberdade ou vontade. Não tente interferir na sua privacidade observando todas as suas ações ou atividades nas redes sociais. Por outro lado, tenta aconselhá-lo e avisá-lo de certos perigos aos quais ele pode ser exposto e dos quais pode não estar consciente.

Renove o diálogo

O diálogo é importante no seu relacionamento com o adolescente, mas precisa de ter algum cuidado porque alguns são mais suscetíveis e têm problemas de comunicação. Tem de trazer a conversa de forma progressiva: “Gostaria de conversar contigo quando tiveres um momento livre”, por exemplo. Assim, como devemos ponderar cada palavra que usa, pois corre o risco de o magoar e interromper o diálogo.

Há alguns tópicos mais difíceis de abordar, como a sexualidade, e mesmo que o seu filho não se sinta à vontade para conversar consigo, dê a sua opinião sobre esses tópicos “tabu”. Pequenos toques também podem ajudar a iniciar a conversa, isso irá tranquilizá-lo sobre as suas intenções e saberá que poderá procurá-lo se sentir necessidade de falar. Se o seu filho não quiser conversar, não o force e tente novamente mais tarde, algo que até pode partir dele.

Lembre-se que é uma fase que passará. Para vários especialistas , 80% dos adolescentes, a crise corre bem. Apenas 20% estão em perigo, por isso lembre-se que que esta fase se resolverá rapidamente e não imagine o pior. No entanto, se o seu filho tiver vários sintomas de reprovação escolar, tristeza, afastamento e ansiedade é importante consultar profissionais para evitar que a situação escale.

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