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A Agenda do meu filho é mais preenchida do que a minha

No mundo competitivo em que vivemos, é compreensível que os pais queiram que os filhos frequentem atividades e aproveitem todas as oportunidades para o seu desenvolvimento pessoal.

Mas com isso, esquecem-se que são apenas crianças, ou adolescentes, e não precisam de viver a vida agitada que inevitavelmente os espera na vida adulta.

Com isso ao invés de jovens mais preparados para a vida, acabam por ser jovens ansiosos, extremamente exigentes consigo mesmos, altamente competitivos e infelizes.

A grande variedade de atividades disponíveis fora do horário das aulas pode levar a uma interpretação equivocada por parte das famílias – a de que as crianças e jovens precisam do maior número possível de tarefas extra-aulas para que se desenvolvam de forma plena. 

Às vezes, inclusive, os filhos estão sobrecarregados, e ninguém percebe. Cansaço contínuo e dificuldades em concentração na escola podem ser efeitos indesejados desse excesso de responsabilidades.

Esta questão não pode ser vista, contudo, apenas nesta perspectiva crítica. Os especialistas concordam que as crianças e os jovens devem praticar atividades extra-curriculares, especialmente desportivas e lúdicas.

A maioria das vezes, os pais optam pelo que “está mais à mão” o que, raramente está ligado à qualidade.

Por outro lado, é frequente que os pais pensem nas atividades como se fossem para eles e desvalorizem a necessidade de as compatibilizar com as motivações dos seus filhos.

Esta situação acaba por ter um “efeito perverso”, na medida em que, em vez de entusiasmar, faz com que os miúdos ganhem aversão às práticas pós-aulas.

É preciso também distinguir entre as crianças de diferentes idades. No que respeita aos mais pequenos a diversidade de experiências educativas é saudável e desejável.

O problema reside nos “critérios de escolha” e para vários psicólogos, os pais devem, em primeiro lugar, conversar com os filhos para conhecer os seus desejos e preferências, e a partir daí, é possível chegar a uma decisão com base em mais fatores:

  Vantagens

– Os pais também devem observar as áreas que possivelmente se relacionam às características dos filhos.

– A imposição não é a maneira mais adequada de os convencer. A argumentação, aliada ao gosto da criança ou do adolescente, gera uma decisão em comum acordo.

– Necessidades específicas: como a prática de desporto, caso o filho seja sedentário, exigem medidas mais enérgicas. Fazer algum tipo de atividade coletiva quando ele apresenta algumas dificuldades em socializar ajuda a criança a sentir-se menos inseguro.

– Para as crianças do primeiro ciclo, é preciso procurar atividades lúdicas voltadas para a aprendizagem de uma segunda língua, pintura, música ou dança.

– No 2º e 3º ciclo deve-se dar prioridade a atividades relacionadas com o desporto em geral nas suas diversas modalidades, a línguas estrangeiras ou informática.

– No Ensino Secundário, é importante privilegiar áreas que proporcionem relaxamento, principalmente quando o adolescente está em fase de preparação para exames nacionais. Nesse caso, a dança, ioga e atividades que ajudam, inclusive, na concentração nos estudos.

– Encontrar a dose certa de tarefas extra-curriculares pode levar um tempo, mas os pais devem sempre ter em mente que as atividades devem contribuir para o desenvolvimento e não ser um fardo para os filhos.

É importante que o tempo livre seja usado para: brincar, ler, escutar música, visitar amigos, ou simplesmente não fazer nada!

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